terça-feira, 5 de abril de 2011

Artigo de Valter Pomar - Sem esquecimento, sem perdão, sem temor‏

O golpe de 1964 não é apenas passado, nem foi só obra de generais hoje aposentados e mortos. Quando um deputado diz ter saudade da ditadura, quando um candidato presidencial se alia a generais de pijama e a organizações de ultra-direita, quando um ditador é homenageado por uma turma de formandos de uma escola militar, quando um ministro diz que a Anistia impede a justiça de apreciar crimes contra a humanidade, não estamos diante de saudosismos inconsequentes. Estamos vendo e ouvindo uma parte da elite brasileira dizer o seguinte: quebramos a legalidade e algum dia poderemos voltar a quebrar. O artigo é de Valter Pomar.

Muitos de nossos amigos latino-americanos não conseguem entender por qual motivo os governos brasileiros pós-ditadura pegaram tão leve com aqueles que romperam com a legalidade, sequestraram, torturaram, mataram e desapareceram. Neste quesito, os governos pós-ditadura na Argentina, Chile e Uruguai foram muito mais efetivos no combate aos crimes das ditaduras, do que os governos Sarney, Collor, FHC e Lula. Nossos amigos não entendem, e muitos de nós tampouco entendem, paradoxos como a convivência, no mesmo governo, de uma presidenta que foi presa e torturada, com um general para quem fato histórico é codinome para crime que merece ser perdoado. Ou de ministros que defendem a Comissão da Verdade, com outros para quem a Lei da Anistia imposta pela ditadura permite que autores de crimes contra a humanidade escapem de julgamento. A persistência desta situação revela, mais do que a força da direita, a incapacidade que parte da esquerda tem de perceber os riscos que corremos ao agir desta forma. Afinal, o golpe de 1964 não é apenas passado, nem foi apenas obra de generais hoje aposentados e mortos. O golpe de 1964 foi a resposta dada por uma parte da elite brasileira, contra um governo progressista. Foi uma das batalhas da guerra travada, ao longo de todo o século XX, entre as vias conservadora e progressista de desenvolvimento do capitalismo brasileiro. A via conservadora é aquela que desenvolveu o capitalismo, preservando os piores traços de nosso passado escravista e colonial. A via progressista é aquela que buscou e busca combinar crescimento capitalista, com reformas sociais, democracia política e soberania nacional. O golpe de 1964 foi executado por uma coalizão cívico-militar. Os militares foram o partido armado do grande empresariado, do latifúndio e dos capitais estrangeiros. Muitas das empresas envolvidas no golpe, ou que cresceram durante o período da ditadura, seguem atuantes. As Organizações Globo, por exemplo. Hoje, prossegue a guerra entre aquelas duas vias de desenvolvimento. O governo Dilma, assim como o governo Lula, constituem expressões atuais da via progressista. E a campanha reacionária feita por Serra, nas eleições presidenciais de 2012, traduziu os sentimentos e os interesses dos legítimos defensores da via conservadora (alguns dos quais, é bom dizer, buscaram e encontraram abrigo do lado de cá). Quando um deputado diz ter saudade da ditadura militar, quando um candidato presidencial se alia a generais de pijama e a organizações de ultra-direita, quando um ditador é homenageado por uma turma de formandos de uma escola militar, quando um ministro diz que a Anistia impede a justiça de apreciar crimes contra a humanidade, não estamos diante de saudosismos inconsequentes. Estamos, isto sim, vendo e ouvindo uma parte da elite brasileira dizer o seguinte: quebramos a legalidade e algum dia poderemos voltar a quebrar; desconsideramos a voz das urnas e algum dia poderemos voltar a desconsiderar. Uma esquerda que defende os direitos humanos de maneira consequente, deve lembrar que a impunidade dos torturadores de ontem, favorece os que hoje torturam presos ditos comuns. Uma esquerda que defende uma via eleitoral, tem motivos em dobro para ser implacável contra os que defendem a legitimidade de golpes. E uma esquerda que se pretende latinoamericanista precisa lembrar que o golpe de 1964 foi, em certo sentido, o início de um ciclo ditadorial que se espalhou por todo o continente. E que ninguém ache que golpes são coisas do passado. Honduras, bem como as tentativas feitas no Equador e Venezuela, Bolivia e Paraguai, mostram que os Estados Unidos e parte expressiva das elites locais têm uma visão totalmente instrumental da democracia. E o reacionarismo atual de parte das chamadas classes médias não deixada nada a dever frente aquele que mobilizou, em 1964, as marchas com Deus, pela Família e pela Propriedade. Por tudo isto, temos todos os motivos para dar o exemplo. Como nossos amigos de outros países da América Latina, não devemos temer, não podemos esquecer e não podemos perdoar. *Valter Pomar é Historiador

terça-feira, 15 de março de 2011

Jornada estudantil - Coletivo de Mulheres da UCS

“O ABRE ALAS QUE AS MULHERES VÃO PASSAR”...

…. “LUGAR DE MULHER É EM TODO LUGAR”


Jornada estudantil em alusão ao 8 de março

Coletivo de Mulheres da UCS

e DCE UCS

2011


14 de março: 8 horas - Exposição e debate “Mulheres e Políticas Sociais Públicas” Professora Mara de Oliveira. Em parceria com o Diretório Acadêmico de Serviço Social

15 de março: 16h40min: Roda de conversa “A questão de Gênero na divisão do trabalho na área da saúde” com Dra Enfª Nilva Rech Stedile
tem como objetivo fazer um resgate histórico das profissões da saúde com um olhar sobre a questão de gênero, de ô porque algumas profissões são mais femininas (relacionadas ao cuidado e ao privado) e outras mais masculinas (relacionadas ao público), bem como os desafios perante essa divisão do trabalho na área da saude;

16 de março: 18h30min: Roda de conversa no DCE “Mulher, política e movimento estudantil” com Alexandra Castilhos – Diretora de Mulheres da UEE – Livre; Daniela Andrade da Anunciação – Coordenadora de Combate às Opressões DCE UCS e Eriane Pacheco, vice presidente da UNE pelo RS;
Como objetivo, discutir e refletir sobre a importância da mulher no movimento estudantil, na política, bem como o que significa termos uma primeira Presidenta mulher.

17 de março: 19h30min: Palestra “Lugar de mulher é na História! origens do 8 de março” . Com a professora Natalia Pietra Mendez
em parceria com o Centro Acadêmico de História

18 de março: 18h30min: Oficina e confecção de latas para a Batucada feminista da UCS. Parceria com a Marcha Mundial das Mulheres de Caxias do Sul

23 de março: 18 horas: Vídeo debate do filme The Runaways

25 de março: 18 horas - Atividade Cultural: 5 anos do Coletivo de Mulheres da UCS
18:00 Graffiti com Vanessinha girl
19:00 Música Eletrônica Genética LIVE com Dj Flavia Leite
20:00 Rap com Vanessinha Girl e dj;
20:30 Malabares de fogo com Flavia Leite e Aline Ferreira;

31 de março: Horário à confirmar: Participação do Coletivo de Mulheres no Lançamento do II Boletim Mulheres e Mercado de Trabalho, parceria do Observatório do Trabalho da UCS e DIEESE

31 de março: 22 horas - Apresentação/show “ Vozes das Mulheres na música”, como parte do Trote Cultural do DCE
Cantoras: Tita Sachet, Franciele Duarte e Ana Paula Chedid
Banda: Lázaro Nascimento; Marcelinho Silva e Luiz Gustavo Viegas

2 de abril: Participação do Coletivo de Mulheres no I Encontro Estadual de Mulheres Estudantes da UEE – Livre

A programação já começou, estamos desde o início do mês com uma exposição de fotos e materias de atividades realizadas pelo coletivo, bem como em participações do coletivo em atividades da UEE Livre, Marcha Mundial das Mulheres, Fórum Social Mundial entre outras.
PARTICIPE!!

CCJ aprova regulamentação da profissão de historiador




A regulamentação da profissão de historiador foi aprovada, nesta quarta-feira (2), pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A proposta, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), estabelece que a profissão de historiador poderá ser exercida pelos diplomados em curso de graduação, mestrado ou doutorado em História.

Entre as atribuições dos historiadores, o projeto (PLS 368/09) lista o ensino da disciplina no ensino básico e superior; o planejamento, a organização, a implantação e a direção de serviços de pesquisa histórica; o assessoramento voltado à avaliação e seleção de documentos para fins de preservação.

A proposta já havia sido aprovada em decisão terminativaDecisão terminativa é aquela tomada por uma comissão, com valor de uma decisão do Senado. Quando tramita terminativamente, o projeto não vai a Plenário: dependendo do tipo de matéria e do resultado da votação, ele é enviado diretamente à Câmara dos Deputados, encaminhado à sanção, promulgado ou arquivado. Ele somente será votado pelo Plenário do Senado se recurso com esse objetivo, assinado por pelo menos nove senadores, for apresentado à Mesa. Após a votação do parecer da comissão, o prazo para a interposição de recurso para a apreciação da matéria no Plenário do Senado é de cinco dias úteis., em março de 2010, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Mas a aprovação de emenda de Plenário do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e de requerimentos dos senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e do então senador Flávio Arns (PSDB-PR) fez a matéria retornar à CAS, bem como exigiu sua análise pela CCJ e pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

Relator do projeto na CCJ, Flexa Ribeiro recomendou sua aprovação com o acolhimento da emenda de Alvaro Dias. A mudança proposta em Plenário simplificou uma das atribuições dos historiadores para a "organização de informações para publicações, exposições e eventos sobre temas de História". O texto aprovado pela CAS detalhava os locais (empresas, museus, editoras, produtoras de vídeo e CD-ROM ou emissoras de televisão) de realização dessa atividade.

- O texto original do inciso que se pretende alterar era excessivamente detalhista e enumeratório, o que depõe contra a generalidade, clareza e precisão da norma - explicou Flexa Ribeiro em seu parecer.

O relator reconheceu o "relevante" papel exercido pelos historiadores na sociedade e considerou que a inexistência de uma regulamentação pode abrir esse campo a profissionais de outras áreas sem as qualificações necessárias para desenvolver um trabalho adequado com objetos e assuntos históricos.

Iara Farias Borges e Simone Franco / Agência Senado


RETIRADO DE AGÊNCIA SENADO
MATÉRIA PODE SER CONFERIDA NO LINK ABAIXO
CCJ aprova regulamentação da profissão de historiador

Sejam Bem Vindos

Bom dia pessoal!

Nós do Centro Acadêmico de História queremos desejar um ótimo semestre a todos, tanto aos nossos já colegas como aos calouros! Esperamos que estes últimos tenham gostado do nosso trote de boas vindas.
Saibam que podem contar com o Centro Acadêmico e estamos abertos a críticas, sugestões e debates.

O nossa sede, no segundo andar do bloco H, é um espaço de todos nós acadêmicos de História. A presença e participação de todos é importantíssima.

BEM VINDOS! E que sigamos em frente com a TRANSFORMAÇÃO!