sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Nazismo hoje

Passeata em homenagem a líder nazista é proibida em São Paulo, após denúncia no Ministério Público. Brasil já foi maior sede do Partido Nazista fora da Alemanha.
Adriano Belisário


Apontado por vezes como um paraíso da convivência multiétnica, o Brasil nem sempre corresponde às imagens forjadas por seus filhos mais ufanistas. Exemplo disto foi o Partido Nazista, fundado em terras tupiniquins, no ano de 1928. Com quase 3 mil integrantes, o Partido fez tanto sucesso que se tornou a maior agremiação de nazistas fora da Alemanha. E engana-se quem crê que a afinidade entre a ideologia do III Reich e o Brasil terminou com o fim da II Guerra Mundial.


Através de uma denúncia do coletivo "Movimento Anarcopunk", o Ministério Público de São Paulo proibiu a realização de uma marcha em homenagem Rudolf Hess, líder nazista que faleceu há 23 anos. O evento estava marcado para 14 de agosto, indo da Avenida Paulista até o bairro da Consolação. Apesar de ter registrado a denúncia do coletio, o Ministério Público só proibiu efetivamente a passeata após um jornal da região ter publicado uma matéria sobre o assunto.

Em 2009, os neonazistas já tinham causado preocupação em São Paulo, quando jogaram uma bomba de fabricação caseira e feriram mais de 40 pessoas na Rua Vieira de Carvalho, conhecida pelos locais frequentados pelo público GLS.

No artigo "Porta-vozes de Hitler", publicado na Revista de História no ano de 2007, Ana Maria Dietrich analisa as publicações do Partido Nazista e de outras organizações pró-Hitler no país, como a Juventude Hitlerista, a Associação Nazista das Mulheres e a Frente Alemã de Trabalho. Hoje, são publicações virtuais que se destacam como veícuo da imprensa nazista, a exemplo do site Stormfront, uma comunidade virtual a favor do nacionalismo branco utilizada na organização da passeata em São Paulo.

Fora dos computadores, existem ainda grandes encontros presenciais e tentatias de ataques, como os planos de uma série de atentados a sinagogas em todo país, flagrado pela Polícia Federal no Rio Grande do Sul. Mesmo com a passeata cancelada, é preciso atenção para que novas manifestações de ódio racial, étnico ou de gênero sejam evitadas.


RETIRADO DE http://rhbn.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=3197 - Revista de História da Biblioteca Nacional

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