Passeata em homenagem a líder nazista é proibida em São Paulo, após denúncia no Ministério Público. Brasil já foi maior sede do Partido Nazista fora da Alemanha. |
Adriano Belisário Apontado por vezes como um paraíso da convivência multiétnica, o Brasil nem sempre corresponde às imagens forjadas por seus filhos mais ufanistas. Exemplo disto foi o Partido Nazista, fundado em terras tupiniquins, no ano de 1928. Com quase 3 mil integrantes, o Partido fez tanto sucesso que se tornou a maior agremiação de nazistas fora da Alemanha. E engana-se quem crê que a afinidade entre a ideologia do III Reich e o Brasil terminou com o fim da II Guerra Mundial. |
Através de uma denúncia do coletivo "Movimento Anarcopunk", o Ministério Público de São Paulo proibiu a realização de uma marcha em homenagem Rudolf Hess, líder nazista que faleceu há 23 anos. O evento estava marcado para 14 de agosto, indo da Avenida Paulista até o bairro da Consolação. Apesar de ter registrado a denúncia do coletio, o Ministério Público só proibiu efetivamente a passeata após um jornal da região ter publicado uma matéria sobre o assunto.
Em 2009, os neonazistas já tinham causado preocupação em São Paulo, quando jogaram uma bomba de fabricação caseira e feriram mais de 40 pessoas na Rua Vieira de Carvalho, conhecida pelos locais frequentados pelo público GLS.
No artigo "Porta-vozes de Hitler", publicado na Revista de História no ano de 2007, Ana Maria Dietrich analisa as publicações do Partido Nazista e de outras organizações pró-Hitler no país, como a Juventude Hitlerista, a Associação Nazista das Mulheres e a Frente Alemã de Trabalho. Hoje, são publicações virtuais que se destacam como veícuo da imprensa nazista, a exemplo do site Stormfront, uma comunidade virtual a favor do nacionalismo branco utilizada na organização da passeata em São Paulo.
Fora dos computadores, existem ainda grandes encontros presenciais e tentatias de ataques, como os planos de uma série de atentados a sinagogas em todo país, flagrado pela Polícia Federal no Rio Grande do Sul. Mesmo com a passeata cancelada, é preciso atenção para que novas manifestações de ódio racial, étnico ou de gênero sejam evitadas.
RETIRADO DE http://rhbn.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=3197 - Revista de História da Biblioteca Nacional
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